sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Característica nº 1 de uma MULHER QUE AMA DEMAIS

1. Você vem de um lar desajustado em que suas necessidades emocionais 
não foram satisfeitas. 

Talvez a melhor forma de se aproximar da compreensão dessa característica seja começar pela segunda parte: "... em que suas necessidades emocionais não foram satisfeitas". "Necessidades emocionais" não se refere somente à necessidade de amor e afeição. Embora esse aspecto seja importante, mais crítico é o fato de suas percepções e sentimentos terem sido ignorados ou negados, ao invés de aceitos e legitimados. Um exemplo: os pais estão brigando. A criança assusta-se e pergunta à mãe: "Por que você está brava com papai?" A mãe responde: "Não estou brava", aparentando braveza e aborrecimento. A criança fica confusa, assustada, e diz: "Eu ouvi você gritando". A mãe esbraveja: "Já disse que não estou brava, mas vou ficar se você continuar!". Agora, a criança está com medo, confusa, com raiva e sentindo-se culpada. Sua mãe insinuou que suas percepções estavam incorretas, e, se isso é verdade, de onde vem o sentimento de medo? A criança tem que escolher entre saber que está certa e que a mãe mentiu deliberadamente ou pensar que está errada no que ouve, vê e sente. Será freqüentemente direcionada para a confusão, despistando sua percepção para que não tenha que experimentar o desconforto de tê-las invalidadas. Isso prejudica a habilidade da criança de confiar em si e em suas percepções, tanto na infância quanto mais tarde, na fase adulta, principalmente em relacionamentos mais íntimos. 

Necessidade de afeição também pode ser negada ou mal satisfeita. Quando os pais brigam ou encontram-se em outros tipos de conflito, pode sobrar pouco tempo ou atenção para a criança. Isso deixa a criança com sede de amor, sem saber como acreditar nele ou aceitá-lo, achando que não o merece.  

Examinemos agora a primeira parte dessa característica: vinda de um lar desajustado. Lar desajustado é aquele em que um ou mais destes pontos ocorre:

• abuso de álcool e/ou outra droga (prescrita ou proibida);

• comportamento compulsivo, como comer demais, trabalhar demais, limpar demais, jogar demais, gastar demais, fazer regime, exercitar-se demais, e assim por diante; essas práticas são comportamentos viciantes, como também processos progressivos de doença; entre muitos outros efeitos prejudiciais, rompe e evita efetivamente o contato decente e a intimidade numa família ;

• espancamento de cônjuge e/ou crianças;

• comportamento sexual inapropriado por parte dos pais com a criança, indo de sedução a incesto;

• brigas constantes e tensão;

• grandes espaços de tempo em que os pais recusam-se a conversar entre si;

• pais que apresentam atitudes e valores conflitantes e comportamentos contraditórios, que concorrem para a submissão das crianças;

• pais que competem entre si ou com as crianças;

• um dos pais que não consegue relacionar-se com outros membros da família e, por isso, evita-os e alega que eles são os culpados por evitá-los;

• inflexibilidade quanto a dinheiro, religião, trabalho, utilização do tempo, mostras de afeição, sexo, televisão, trabalho doméstico, esportes, política, e assim por diante;  obsessão por um desses itens pode impedir o contato e a intimidade, pois a ênfase não está em relacionar-se, mas em seguir as regras. 

Se um dos pais apresenta qualquer dessas características de comportamento ou obsessão, prejudica a criança. Se pai e mãe incorrem em uma dessas práticas insalubres, o resultado pode ser ainda mais 
prejudicial. 

Freqüentemente, os pais apresentam formas complementares de patologia. Por exemplo, um alcoólatra e uma pessoa que come compulsivamente se casarão, e começarão a brigar para controlar o vício um do outro. Os pais também se contrabalançam de formas insalubres; quando a mãe sufocadora e super protetora casa-se com o pai bravo e que rejeita, cada um deles permite-se, através do comportamento do outro, continuar relacionando-se com a criança de maneira destrutiva. 
Existem vários tipos de famílias desajustadas, mas todas apresentam um efeito comum em crianças que nelas crescem: são crianças prejudicadas, até certo ponto, em sua capacidade de sentir e relacionar-se.

* Retirado do livro Mulheres que ama demais - Robin Norwood

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