segunda-feira, 27 de julho de 2015

O que nos prende é o medo do desconhecido

"A melhor forma que conheço de enfrentar e combater o medo é unir forças com as outras que já estiveram onde você está, que se estão dirigindo ou já chegaram ao destino que você está tentando alcançar. Procure ou crie um grupo de apoio para percorrer o caminho rumo à uma nova forma de viver ". (Norwood, Robin. Mulheres que amam demais, p. 319)
Condicionada para agradar
Ver o capítulo 1 sobre "famílias disfuncionais", no livro As mulheres que amam demais. Ver também o capítulo 2 " O meio que cria vencedores", do livro A magia do desejo, de Bárbara Sher.

A viagem do êxtase à agonia.

Você se assusta com o facto de não conseguir resistir a um tipo de homem que o seu coração insiste em continuar a ver, mesmo quando a cabeça adverte que o melhor é manter-se distante dele? Veja a continuação, passo a passo, da evolução do processo que leva você do êxtase à agonia:

1 - A queda: é o estado mental anterior ao momento em que escolhe seu par. Existe vulnerabilidade, provocada pela frustração, pelo cansaço, pelo momento de mudanças, pelo sentimento de solidão, pela insatisfação, pela crise vocacional, por problemas familiares, pela doença, etc. Sob essas circunstâncias, você se depara com uma pessoa que não é a mais adequada para se envolver afetivamente, mas você não consegue rejeitá-la porque não se sente plena, cheia de satisfações pessoais, equilibrada emocional e fisicamente. Isto diminui a sua capacidade, (que já está diminuída pelo fato de ter crescido numa família disfuncional), de ver os indícios de perigo e conseguir deter-se a tempo.
2 - Apaixonando-se: atração e compromisso iniciais.
3 - Aparição dos ressentimentos: é a etapa em que um dos dois, ou ambos, percebem que existem desigualdades na relação.
4 - Luta aberta pelo poder: ambos tentam ganhar.
5 - Estratégias e negociação: tenta se trabalhar o relacionamento para evitar que ele se acabe.
6 - Chega-se a algum tipo de acordo ou a relação acaba.
É provável que você tenha passado por estas etapas, repetidamente, e na mesma relação.
Pergunte-se:
  • No momento em que começou a relação quais eram as pressões a que você estava submetida?
  • A relação é um meio que você utiliza para fugir dos seus medos?


7- Porque você fica?
1 - Está ganhando tempo. Analisar os prós e os contras durante anos a fio é excessivo. Você está usando este processo para alongar o relacionamento?
2 - Deseja evidências suficientes. Em vez de confiar noa seus próprios sentimentos e percepções, você sente que precisa de "uma montanha" de provas para justificar o facto de ir embora. De posse delas, terá a certeza absoluta e não se sentirá tão mal pela atitude que está a tomar. Teme ouvir que está errada, que é exagerada, ressentida, louca, irresponsável, que não é amada, que é egoísta, tôla. Teme ter que defender a sua posição. Se você está à espera de maiores evidências para poder agir, saiba que isto só tem a ver com a sua autofobia.
3 - Deseja evitar "ser a responsável": "Vou fazer tudo o que for possível; mesmo que a relação acabe, ele não poderá pôr a culpa em mim."
É uma ilusão porque se você já está dominada pela culpa, é provável que quando o relacionamento acabe ele volte a jogar toda a culpa sobre você. E se você acreditar nisso, então terá mais uma razão para retomar para a relação, fora o medo que sente de si mesma, do fator econômico, social, etc.
4 - Tem medo de sua própria raiva. Pode ser que você ache que a raiva é um sentimento ruim, que a leva a sentir-se culpada, e que prefere deixá-la de lado ao menor sinal que ele dê para a agradar. Nesses casos, você irá reprimir a raiva que sente, tratando de superar esses sentimentos.
5 - Você tem medo do futuro. Como vai conseguir sobreviver, ficando sozinha? Você pratica essa possibilidade mentalmente, mas nunca está pronta para fazer tal tentativa.
Com o decorrer do tempo, a relação se deteriora, a sua energia e a sua auto-estima diminuem e você se deixa arrastar pela corrente da vida.

Questionário 

Você:
  • Pesa os prós e os contras até a exaustão?
  • Fica exageradamente aprisionada às pequenas coisinhas da vida quotidiana?
  • Foge para o mundo exterior, fora da relação?
  • Sente que é incapaz de perceber o que não é dq sua conveniência?
  • Teme fazer a escolha errada?
  • Se decidir partir, tem medo de perder tudo e depois passar o resto da vida a lamentar-se?
  • O medo a deixa paralisada?


Faça uma lista das razões para ficar.
Por exemplo:

- A verdade é que as coisas não estão tão mal assim
- É melhor do que não ter nada.
- Eu estaria deitando fora todos esses anos de sacrifício e de esforço pela relação. ( Em vez de analisar tudo o que você tem perdido por causa dela).
- Faria muito mal a ele se eu o deixasse.
- Eu o amo, ( mas se você sofre com a relação, talvez o mais acertado seria dizer: - "Eu preciso dele, sinto-me grata em relação a ele, estou acostumada a ele, sinto pena dele".)
- Eu não sou aquele tipo de mulher que se deixa derrotar. Que se deixam derrotar.
O medo subjacente
Por debaixo de todos os medos está o de ter que se enfrentar a si mesma e ter que desenvolver o seu "eu".

8 - O ponto de ruptura.

A gota que enche o copo, o antagonismo, o medo, a exaustão, os contratempos. Qualquer incidente deste tipo, que não é mais do que uma repetição de incontáveis incidentes anteriores, pode ocasionar a ruptura definitiva; pode provocar sua tomada de decisão.
Etapas finais da recuperação:

1 - Tomar consciência da sua tendência de buscar falsas soluções para seus problemas de relacionamento e conseguir identificar as armadilhas que se apresentam.
2 - Transforme-se numa pessoa íntegra e auto-suficiente, com ou sem homem.

Falsas soluções para a "autofobia".

  • Mudar de par.
  • Achar que todos os homens são maus.
  • Viver no passado, continuar acreditando que se conseguir transformar-se numa pessoa ao gosto dele isso fará com que ele a ame.
  • Procurar uma autoridade.
  • Comportamentos compulsivos: compras, comida, exercício, trabalho, etc.


Encontrando a Solução Real
Conhecer-se a si mesma é algo que você tem que exercitar como parte da sua vida.

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